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Onde Alice encontra Wendy

Creio que você já deve ter visto em algum lugar, seja nas minhas redes sociais ou na própria biografia do livro, que eu fui muito inspirada na Wendy Darling do conto de Peter Pan. Me parecia ser meu propósito óbvio quando vi aquela jovem pedir para que os piratas a chamassem de Bucaneira Dill e que seu trabalho ali na navegação seria contar histórias aos demais membros.

Foi em setembro de 2003 que este despertar aconteceu, quando eu passava por um período complicado de saber lidar com o recém divórcio dos pais. Lembro-me que eu me apaixonei tanto por Peter Pan, em especial àquele filme lançado naquele mesmo ano, que fui ao cinema ver o mesmo filme três vezes. Na época eu tinha 7 anos de idade, então eu mal escrevia minhas histórias, mas adorava criá-las e desenhá-las.

Foi a partir dos 13 anos que comecei a escrever de verdade e estudar como aprimorar a escrita, os diálogos, o enredo e tudo mais. Hoje sinceramente vejo este momento com bastante orgulho, e não nego que acredito que eu tenha sido precoce nesse processo ainda que, obviamente, eu não seja perfeita e cometa erros com certa frequência.

Por um certo período do fim da minha infância eu me entreguei totalmente as histórias de fantasia, em especial as que brincavam com criaturas do Halloween como eu bem gostava de assistir em filmes como Beetlejuice, A Noiva Cadáver, Coraline e A Casa Monstro. No entanto, na adolescência, eu me afastei destes contos e me aproximei de histórias que eu considerava mais "adultas" e "inteligentes", como os romances policiais e suspenses pé-no-chão. Por mais que eu ainda goste dessas obras e esta foi uma fase importante que me fez conhecer mais filmes e livros, eu também me sinto desconfortável e arrependida de ter soltado a mão da fantasia por tanto tempo.

No entanto, Wendy continuava viva em meu coração, me impulsionando a continuar escrevendo independente do gênero. Talvez tenha sido ela que soprou em meu ouvido o chamado pela fantasia...

De qualquer forma, sinto-me feliz de ter "voltado para casa". É saber que a realidade tem sua beleza bem como suas complicações, e mergulhar somente neste mundo tão preso nas correntes do que é meramente comprovável pode ser uma possibilidade para outras pessoas, mas não era o que pulsava em mim de verdade. Eu tive de virar meus olhos para a Terra do Nunca e me entregas aos devaneios mais divertidos, pavorosos e experienciais, e aceitar que eu pudesse ficar completamente maluca e biruta.

Ora, escrevendo assim a linha fica bem tênue entre Alice e Wendy!

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