Lughnasadh: A Casa dos Vampiros da Luz
- Alice Gelmini
- 12 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de nov. de 2024

Talvez você ache no mínimo irônico esse título. Vampiros? Luz? Pois é, os vampiros continuam não podendo ter contato com o Sol, mas isso não impede que eles tenham amor à luz.
A Lughnasadh é um coletivo de vampiros localizado em uma área residencial no centro de São Paulo, em uma singela casa em tom verde-chá, portas de madeira maciça e telhado clássico italiano. Nesta casa são aceitos todos os vampiros que se importam com a vida independentemente de sua forma, amam a natureza e rejeitam seu instinto predador. Mais do que isso, os vampiros que compõem este grupo também são considerados alquimistas, uma vez que a eles é ensinado a magia Lugh pelos livros sagrados, considerada a magia do Deus Sol e que provém a vida, a fertilidade da terra e o poder do fogo.
Daí vem o nome do coletivo tradicional e discreto: Lughnasadh é o nome do sabá da Primeira Colheita de acordo com o paganismo. Isso porque um dos rituais mais conhecidos deles é a colheita da Besta feita no primeiro período do ano. Sabendo-se que todo vampiro vive em média de 200 a 250 anos e após esse período ele sucumbe à Besta, perdendo totalmente seu lado consciente e se tornando apenas uma criatura vil e animalesca, o grupo escolhe todo ano um ancião que esteja nesta faixa de idade para lhe dar uma "morte digna antes que a Besta o leve desta natureza". É um processo que eles não gostam de chamar propriamente de sacrifício, e que além de levar a vida do vampiro, também absorve a Besta do mesmo e a entrega para um jovem membro, para fortalecer suas conjurações estudadas.
Tradicionalmente há uma divisão entre gêneros no grupo envolvendo os elementos. A terra é um elemento de fertilidade, florescimento, força e estabilidade e, de acordo com os antigos escritos, é um dos elementos referente à Deusa além da água. Portanto, os livros alquímicos relacionados a magia da terra deve ser unicamente manuseado pelas matriarcas e jovens meninas do grupo. O efeito colateral destes estudos no entanto tornam as mulheres demasiadamente sóbrias e estáveis, a ponto de serem estagnadas. Mas, de acordo com estas mesmas mulheres, os pontos positivos de mestrar as artes da terra são muito mais relevantes, isso porque elas se tornam capazes de fertilizar plantas apenas com um toque, curar espécimes em processo de morte e, para além de plantas, salvar pessoas, animais e vampiros através da fitoterapia avançada. Algumas mulheres da casa também são capazes de manipular de pequenos matinhos até gigantes carvalhos, mas estas são raras e não envolve somente muitos anos de estudo, como também algo intrínseco que nenhum membro da Lughnasadh soube explicar até hoje.
Da mesma forma que as mulheres são as oficiais mestras da terra, os homens são os manipuladores do fogo, que é o símbolo mais forte entre as divindades masculinas e, como anteriormente explicado, carrega o nome do Deus do Sol, Lugh. Os efeitos colaterais da arte Lugh está na infidelidade, instabilidade emocional, irritabilidade e insensibilidade. Isso, claro, quando o mestre fica cada vez mais próximo da perfeição da manipulação. Os estudos desta arte permitem aos estudantes a manipulação e criação de focos inflamáveis, podendo criar bolas de fogo, chamas de pequeno a grande porte, explosões, combustões e qualquer tipo de brasa sem necessária de, bom, brasa.
Há muitos membros da Lughnasadh que, no entanto, não focam nos elementos-chave mas sim no estudo da alquimia no geral. A maioria prefere levar uma vida pacata, longe das habilidades que os fazem diferente dos humanos, mas que, ao mesmo tempo, os aproximem da natureza. Magias de proteção, elixires e poções curativas são a especialidade deste grupo, assim como um chá adocicado e um pão quentinho. Aqui é a casa do acolhimento, principalmente dos abandonados.
Por muitos anos a Lughnasadh cometeu o equívoco moral de comprar transformados para uso de segurança para com os líderes, mas desde 2007 eles não mais são adeptos de tal crime. Ao contrário, eles agora acolhem transformados que se desvincularam de seus grupos e seitas e, se for de seu desejo, trabalhe para o grupo. Porque na Lughnasadh é assim: tudo é trabalho, mas com amor. Proteger, acolher, alimentar, curar. Todos são serviços que a Lughnasadh oferece entre seus membros e também vende para quem necessitar de fora, mas só para aqueles que, como para eles, também respeite a natureza e a vida.

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